Segundo dados avançados pela ONU SIDA, tem-se verificado uma redução de mais de 50 por cento na taxa de novas infecções por VIH em 25 países de baixo e médio rendimento - mais de metade desses países estão situados em África, a região mais afectada pelo VIH.
Além dos resultados na prevenção do vírus, a África Subsaariana tem reduzido mortes relacionadas com a SIDA em um terço nos últimos seis anos e tendo aumentado o número de pessoas em tratamento anti-retroviral em 59 por cento nos últimos dois anos.
Nalguns dos países que têm a maior prevalência de VIH no mundo, as taxas das novas infecções pelo VIH foram reduzidas drasticamente desde 2001: 73 por cento no Malawi, 71 por cento no Botsuana, 68 por cento na Namíbia, 58 por cento na Zâmbia, 50 por cento no Zimbabué e 41 por cento na África do Sul e Suazilândia.
Segundo a ONU SIDA, a África do Sul aumentou o tratamento do VIH em 75 por cento nos últimos dois anos, garantindo 1,7 milhões de pessoas tivessem acesso ao tratamento com anti-retrovirais.
Rumo ao zero nas novas infecções em crianças
A área onde está a ser alcançado o maior progresso é, possivelmente, a redução das novas infecções por VIH em crianças. Diminuíram 24 por cento nos dois últimos anos, segundo dados divulgados no site da ONU Sida.
Metade das reduções globais de novas infecções pelo VIH nos últimos dois anos tem sido entre as crianças recém-nascidas. "Está a tornar-se evidente que a obtenção de zero novas infecções por VIH em crianças é possível", afirmou Michel Sidibé, secretário executivo da ONU SIDA.
Menos mortes relacionadas a Sida
O relatório da ONU Sida mostra que a terapia anti-retroviral tem servido para salvar vidas. Nos últimos 24 meses o número de pessoas com acesso ao tratamento aumentou em 63 por cento globalmente. Já na África subsaariana, um recorde de 2,3 milhões de pessoas tiveram acesso ao tratamento. China aumentou em cerca de 50 por cento o número de pessoas em tratamento de VIH, no ano passado.
As maiores quedas de mortes relacionadas a Sida aconteceram em países como a África do Sul onde houve 100 000 mortes a menos; no Zimbabué, menos de 90 000 pessoas a morrerem de causas relacionadas com o VIH/Sida, bem como o Quênia e a Etiópia .
Acesso e uso estratégico de anti-retrovirais
Enquanto os países redobram os seus esforços para oferecer anti-retrovirais a todos aqueles que precisam deles, há evidências, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), de que uma utilização mais ampla, mais estratégica destes medicamentos pode trazer novos benefícios. A OMS avança que estudos demonstram que os mesmos medicamentos usados para salvar vidas e manter as pessoas saudáveis também podem impedir as pessoas de transmitir o VIH a parceiros sexuais e às crianças através de mãe para filho.
No início deste ano, a OMS divulgou novas diretrizes para o tratamento de pessoas com VIH que têm parceiros não infectados. A Organização recomenda agora oferecer anti-retrovirais aos parceiros dos portadores de VIH, de modo a reduzir a probabilidade de transmissão de VIH para o parceiro não infectado.
Alguns países já estão a considerar oferecer a todas as mulheres grávidas com VIH um tratamento anti-retroviral para a vida.
A OMS está actualmente a rever as novas pesquisas científicas e experiências dos países, a fim de publicar uma orientação actualizada e consolidada sobre o uso de anti-retrovirais, em meados de 2013.
Rumo ao Zero é o lema do programa global adoptado pela ONU Sida para o período de 2011 a 2015.
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